Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Olha-se para um casal, casado, e admira-se a resiliência do Amor. Mas o casamento tem pouco a ver com essa resiliência em particular. Se existe resiliência, ela é polifacetada. Contribuem em partes desiguais: a assertividade, o respeito, o carinho, a preocupação com o outro, o saber gerir as necessidades do agregado familiar e os rendimentos mensais, as economias, o não existirem comportamentos aditivos ou desviantes, a generosidade de cada um, o nível de altruísmo em presença, o esforço nas tarefas domésticas, a capacidade de lidar com o imprevisto e com as doenças… e claro, existir Amor ajuda.
Quando finda o enleio inicial, e um romance termina, é possível que não tenha sequer havido Amor, mas somente uma atração sexual, um comportamento hormonal. Mas se o houve, ele viverá, mesmo que calcado lá para o fundo, e desprezado para sempre.
Quando há brigas numa relação duradoura, quando a convivência se torna impossível e um casal se separa, ou se divorcia, pode até haver ódios, vinganças, afastamentos, providências cautelares, substituições bem-sucedidas em novas relações duradouras, mas, se houve Amor, ele ficará para sempre dentro do coração de quem o viveu.
É comum as pessoas casadas em 2ªs, 3ªs núpcias, quererem fazer crer ao mundo que aquela pessoa com quem estão no momento é o amor da sua vida. Uma espécie de garantia de que o que viveram atrás não interessa, está morto, meia dúzia de disparates para esquecer, ou melhor, completamente esquecidos.
Disparate é, quem vem depois, acreditar que o outro se aproxima sem bagagem, livre como uma ave, virgem, por assim dizer.
Muito mais do que a virgindade física, a virgindade de quereres é raríssima.
Com sexo, ou sem ele, uma alma que amou, não mais amará da mesma maneira.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.