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Leituras: Desta vez, desisti.

por Amarelinha, em 28.12.22

Tal como planeado, seguiu-se "O deslumbre de Cecília Fluss", de João Tordo. Li, talvez um terço do livro, e desisti. Juntei-o ao "O paraíso segundo Lars D" e deixei-os num local de passagem, para que algum literato lhes pegue e leve. Se lê, ou não, se gosta, ou não, já não me diz respeito.

Tanto num  livro, como no outro, há pouca história, pouquíssima, e demasiada descrição de sexo.

Chega a ser ridículo um homem escrever, usando um narrador feminino, e, imprudentemente, alongar-se depois na descrição daquilo que julga ser o sentir de uma mulher perante o ato sexual. 

Não voltarei a comprar obras de João Tordo.

publicado às 14:20

Leituras: Caramba, que frete!

por Amarelinha, em 25.12.22

Acabei há dias de ler “O paraíso segundo Lars D.”, de João Tordo.

Não gostei. Nem muito, nem pouco, nem nada. Que seca!

Que ele tem tendência para “filosofar”, e para expor depressões e angústias, eu já sabia. Mas tão pouca história e tantas páginas estéreis... Se fosse eu a escrever aquilo, tinha vendido cinco livros. Mas é ele. E ele tem um apelido especial, e um apoio que eu nunca terei.

Eu tinha ficado com a ideia de que este livro tinha alguma coisa a ver com “O luto de Elias Gro”, um desenvolvimento sequencial dessa história, e que faria sentido lê-los seguidamente. Mas não tem.

Agora estou a olhar para “O deslumbre de Cecília Fluss” e hesito.

Fernando Pessoa escreveu sobre o prazer de ter um livro e não o ler. Nessa onda, costumo apreciar a pilha de livros em cima da minha banca de cabeceira, no fundo da qual repousa ainda o exemplar que sem dúvida mais me apetece ler, e não leio: um livro de poesia de José Gomes Ferreira, comprado num alfarrabista da Rua Garrett, em Lisboa.

Mas esta Cecília, que encima o monte, sugere-me é um medo considerável de voltar a aborrecer-me.

Ler mais um? E já?

Vou tentar. Para arrumar o assunto. E talvez não volte a comprar nada de João Tordo.

Sou perita em vir da Feira do Livro de Lisboa com livros de que depois não gosto. Talvez deva deixar de comprar lá.

O que eu gosto de fazer, é ir comprando títulos que de alguma forma vieram encontrar-se com o meu dia-a-dia. Um de cada vez. Verdadeiramente escolhidos.

Este, de João Tordo, vou dar-lhe uma segunda oportunidade, fingindo “perdê-lo” num local público. Venha outro ser pegar-lhe, e degustá-lo.

publicado às 07:36

A longevidade do Amor

por Amarelinha, em 15.12.22

Olha-se para um casal, casado, e admira-se a resiliência do Amor. Mas o casamento tem pouco a ver com essa resiliência em particular. Se existe resiliência, ela é polifacetada. Contribuem em partes desiguais: a assertividade, o respeito, o carinho, a preocupação com o outro, o saber gerir as necessidades do agregado familiar e os rendimentos mensais, as economias, o não existirem comportamentos aditivos ou desviantes, a generosidade de cada um, o nível de altruísmo em presença, o esforço nas tarefas domésticas, a capacidade de lidar com o imprevisto e com as doenças… e claro, existir Amor ajuda.

Quando finda o enleio inicial, e um romance termina, é possível que não tenha sequer havido Amor, mas somente uma atração sexual, um comportamento hormonal. Mas se o houve, ele viverá, mesmo que calcado lá para o fundo, e desprezado para sempre.

Quando há brigas numa relação duradoura, quando a convivência se torna impossível e um casal se separa, ou se divorcia, pode até haver ódios, vinganças, afastamentos, providências cautelares, substituições bem-sucedidas em novas relações duradouras, mas, se houve Amor, ele ficará para sempre dentro do coração de quem o viveu.

É comum as pessoas casadas em 2ªs, 3ªs núpcias, quererem fazer crer ao mundo que aquela pessoa com quem estão no momento é o amor da sua vida. Uma espécie de garantia de que o que viveram atrás não interessa, está morto, meia dúzia de disparates para esquecer, ou melhor, completamente esquecidos.

Disparate é, quem vem depois, acreditar que o outro se aproxima sem bagagem, livre como uma ave, virgem, por assim dizer.

Muito mais do que a virgindade física, a virgindade de quereres é raríssima.

Com sexo, ou sem ele, uma alma que amou, não mais amará da mesma maneira.

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publicado às 17:24

Porque leio?

por Amarelinha, em 15.12.22

Eu não leio apenas para me distrair.

Leio numa constante busca de trechos que me cativem e que eu possa destacar com as minhas pestaninhas coloridas, autocolantes.

Frases para mais tarde redescobrir e usar. Não sei onde... Não sei quando...

Procuro ideias que me pareçam boas, e eu não tive.

Ou que me confirmem ideias que tive, dando-me o conforto de uma palavra assertiva, o eco que me falta na vida real, a medida da inteligência e acuidade do meu raciocínio.

Lendo, viajo para dentro de mim. Nesses momentos, sou apenas minha.

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publicado às 17:20

Leituras: João Tordo

por Amarelinha, em 15.12.22

Há uma melancolia que é constante em tudo o que já li, de João Tordo. Uma melancolia que não me afasta do que escreve.

Acabei de ler "O luto de Elias Gro", em 5/12/2022. E a seguir descansei uns dias, antes de iniciar o seu livro seguinte, que me esperava em cima da minha banca de cabeceira.

Não sei se "O luto de Elias Gro", que é uma obra premiada, é um bom livro. Certo é que eu não o li impunemente. A morte, o desespero, a perda, a dor, espraiam-se pelas páginas e colam-se ao leitor. E a dor que se sente é também nossa. Pelo que fomos no passado, pelo que somos no presente, pela exiguidade, já, de objetivos e esperanças.

A falta que nos faz uma utopia, para dotar de sentido as nossas vidas!

Conversa com Deus, frente.jpgConversas com Deus, verso.jpg

Recordar-me das coisas.jpgVivendo por procuração.jpg

 

publicado às 15:57


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